domingo, 26 de setembro de 2010

Porto do outro.

Um novo porto para que possa me refazer.
Nova idéia para destruir o coneceito, sou.
Hoje vou sendo.

Disse a mim:"preciso parti, agora..."

Não levei mais minhas concepções, nem dorei as palavras,
deixei secar meus pensamentos ao sol. Esturricaram. Sou folha seca,
vento sem destino, passado sem sabor, presente opaco, futuro primavera.
Verde ao relentom,
tempo que nao cesso,
revelo-a-dor. Revelador. Então, outro porto é minha casa... Nessa nova terra serei gente, semente ou melhor ser mente.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lembrança

É Ela! A palavra. Chegou, nao bateu na porta, nao pediu licença e estupidamente expressou-se: Vagabunda! Ainda posso ver os lábios expulsar a palavra.
Ele, foi direto no discurso direto, voltado para vida. Hoje, a palavra esbravejou que vida é vagabunda. Ora que vida? Nenhuma, apenas a palavra dita é vagabunda. Sem muita pressa, havia outra palavra na contra-mão, essa veio meio sem jeito, na marcha lenta com pisca alerta ligado. No momento exato do dizer, o silêncio tampou os lábios e os olhos disseram tudo. Com as palavras nos olhos, ele pois fim em tudo. Bateu a porta e saiu com coração batendo freneticamente. Deve estar por ai, falando outras palavras para quem quiser e puder ouvir. Ela nao entendeu nada e disse nao ter ouvido o que foi dito, mas se lembra do olhar...

Oceano.

Em tuas profundezas vejo teu olhar.
Nas suas palavras, percebo teu penar
Vejo que não és mais o verbo.
Teu tempo é incerto
Tua fruta não é madura
Teu coração ainda é verde.
E nada de vivo existe, nas profundezas do teu mar...
Você só se vê,
Seus desejos,
Tuas vontades,manias, manhas e rimas.
Seus eus...
Por isso nao sou mais teu.
Sou do terra, oceano.
A palavra chegou e tomou conta do silêncio.

domingo, 27 de junho de 2010

Passeata

Choro,
cachoeira que leva a alma.
Alma,
Abstrato ser que invade o corpo.
Corpo,
Copo cheio de nós.
Nós,
Algo que precisa ser desfeito.
Feito,
Algo pronto para viver.
Vida,
Algo que almeja a despedida.
Despedida,
Fonte onde nasce a saudade.
Saudade,
Caminho que nos leva a Deus.
Adeus,
Ponto final de uma oração.
Oração,
Coração, tentação, salvação, liquidação.
Tempo vão passa agora pelas palavras.

Tua

Invado Tua Solidão.
Igual a um felino audaz
Passeio em tuas costas,
leve, certeiro e voraz.
Serás Minha,
Eu serei tua, solidão.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

parto

Ao sair foi deixando versos,
Amassou e queimou todas as poesias,
E mesmo sem prosa, disse que o amor estava amargo.
Sem emitir uma palavra, fez o suficiente para provar que a triste hora do fim chegou.
Deixou apenas a tristeza.
Poucas peças foram levadas contigo.
Saiu tão rápido que a lucidez,
Não o viu partir.
Até seus sapatos ficaram ao lado da cama,
Nem percebeu que os pés estavam nus.
Sua saída foi redemoinho.
Balançaram a arquitetura do ser.
Agora o amor era um texto sem correção ortográfica,
Uma desordem,
Uma baderna,
Nada fazia sentido.
Não percebeste que foste levando-me contigo?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A espera da palavra

Ao barulho do mar,
Com os ouvidos inclinados ao silêncio,
que tarde sempre chega.
Um coração bate.
Logo Adiante dos meus olhos,
vejo os meus olhos,
que tarde ainda ve a vida.
Uma brisa qualquer conversa,
Estranhas árvores, escondem o tempo que corre de galho em galho.
Esse tempo que corre, voa despercebido em nossos olhos.
Um menino,
Um moço,
Um velho,
Uma vida inteira vivida. Ali, bem próximo, vendo uns chegarem e outros a ir...
E o silêncio a espera da palavra.