domingo, 26 de setembro de 2010

Porto do outro.

Um novo porto para que possa me refazer.
Nova idéia para destruir o coneceito, sou.
Hoje vou sendo.

Disse a mim:"preciso parti, agora..."

Não levei mais minhas concepções, nem dorei as palavras,
deixei secar meus pensamentos ao sol. Esturricaram. Sou folha seca,
vento sem destino, passado sem sabor, presente opaco, futuro primavera.
Verde ao relentom,
tempo que nao cesso,
revelo-a-dor. Revelador. Então, outro porto é minha casa... Nessa nova terra serei gente, semente ou melhor ser mente.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lembrança

É Ela! A palavra. Chegou, nao bateu na porta, nao pediu licença e estupidamente expressou-se: Vagabunda! Ainda posso ver os lábios expulsar a palavra.
Ele, foi direto no discurso direto, voltado para vida. Hoje, a palavra esbravejou que vida é vagabunda. Ora que vida? Nenhuma, apenas a palavra dita é vagabunda. Sem muita pressa, havia outra palavra na contra-mão, essa veio meio sem jeito, na marcha lenta com pisca alerta ligado. No momento exato do dizer, o silêncio tampou os lábios e os olhos disseram tudo. Com as palavras nos olhos, ele pois fim em tudo. Bateu a porta e saiu com coração batendo freneticamente. Deve estar por ai, falando outras palavras para quem quiser e puder ouvir. Ela nao entendeu nada e disse nao ter ouvido o que foi dito, mas se lembra do olhar...

Oceano.

Em tuas profundezas vejo teu olhar.
Nas suas palavras, percebo teu penar
Vejo que não és mais o verbo.
Teu tempo é incerto
Tua fruta não é madura
Teu coração ainda é verde.
E nada de vivo existe, nas profundezas do teu mar...
Você só se vê,
Seus desejos,
Tuas vontades,manias, manhas e rimas.
Seus eus...
Por isso nao sou mais teu.
Sou do terra, oceano.
A palavra chegou e tomou conta do silêncio.

domingo, 27 de junho de 2010

Passeata

Choro,
cachoeira que leva a alma.
Alma,
Abstrato ser que invade o corpo.
Corpo,
Copo cheio de nós.
Nós,
Algo que precisa ser desfeito.
Feito,
Algo pronto para viver.
Vida,
Algo que almeja a despedida.
Despedida,
Fonte onde nasce a saudade.
Saudade,
Caminho que nos leva a Deus.
Adeus,
Ponto final de uma oração.
Oração,
Coração, tentação, salvação, liquidação.
Tempo vão passa agora pelas palavras.

Tua

Invado Tua Solidão.
Igual a um felino audaz
Passeio em tuas costas,
leve, certeiro e voraz.
Serás Minha,
Eu serei tua, solidão.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

parto

Ao sair foi deixando versos,
Amassou e queimou todas as poesias,
E mesmo sem prosa, disse que o amor estava amargo.
Sem emitir uma palavra, fez o suficiente para provar que a triste hora do fim chegou.
Deixou apenas a tristeza.
Poucas peças foram levadas contigo.
Saiu tão rápido que a lucidez,
Não o viu partir.
Até seus sapatos ficaram ao lado da cama,
Nem percebeu que os pés estavam nus.
Sua saída foi redemoinho.
Balançaram a arquitetura do ser.
Agora o amor era um texto sem correção ortográfica,
Uma desordem,
Uma baderna,
Nada fazia sentido.
Não percebeste que foste levando-me contigo?

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A espera da palavra

Ao barulho do mar,
Com os ouvidos inclinados ao silêncio,
que tarde sempre chega.
Um coração bate.
Logo Adiante dos meus olhos,
vejo os meus olhos,
que tarde ainda ve a vida.
Uma brisa qualquer conversa,
Estranhas árvores, escondem o tempo que corre de galho em galho.
Esse tempo que corre, voa despercebido em nossos olhos.
Um menino,
Um moço,
Um velho,
Uma vida inteira vivida. Ali, bem próximo, vendo uns chegarem e outros a ir...
E o silêncio a espera da palavra.

Incerto lugar...

Aqui em qualquer lugar,
Sempre serei este que nada sou.
Por querer ser tanto,
ou de tanto querer ser,
vivo nem aqui, nem ai.
Fui conto,
poesia,
crônica,
critica,
vento...
Para aqueles que me diziam, que fui papel ao vento.
Hoje fui ventania,
Amanhã serei brisa,
depois chuva,
Depois serei incerto como o peito que se dabete em vida.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Matando baratas

Bebo todos os dias doses de loucura para curar minha sanidade.
Experimento o doce da vida, para habituar com o amargo do viver.
Vivo sorrindo, pois assim fabrico lágrimas para chorar quando preciso for.
Experimento algumas substâncias abstratas: fé, coragem, motivação, para quem sabe continuar vivo.
Em meio a minha loucura escrevo. Talvez assim um dia me torne lúcido.
Sambo para agradecer a alma que ainda insiste em residir neste corpo.
Não escrevo para dizer que sou suicida, covarde, é porque, acho lindo morre na escrita.
E cada um tem o direito de escolher sua ressurreição!
Passo bastante creme para quem sabe minimizar as dores internas.
Eu já fui raios, trovões, relâmpago e brisa.
Fui primavera, verão e outono. Apenas agora estou inverno.
Já Fui à Bahia e ao Rio, porque te ir.
Já provei o mais brando do fogo, o amor. Esse que arde, e que, só aquele que amou a dor vê.
Já cantei canções,
Recitei Fernando pessoa, por estar certo ele escreveu algo por mim e para mim.
Já cai no copo bebida sem gás, ao achar que a vida era um naufrágio.
Conheci o mundo dando volta no quarteirão,
É, eu andei em círculo.
Mas são poucos aqueles não mata barata.

domingo, 2 de maio de 2010

Lar

Recebi o habite-se: Morarei em mim.
Serei minha própria moradia.
Cuidarei de minhas infiltrações,
Decorarei meu espaço vazio.
Será aqui em mim que vou passar por essa vida.
Irei pintar minhas paredes,
Colocarei piso para pisar com os passos do acaso.
Já que não se pode morar na lua, com vista para terra...

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Remoto

Pois, só assim somos felizes.
Entre o céu e o mar: A lua
Entre você e eu: O oceano.
Em nós: A distâncias
Em mim o agradecimento.

desenho

Criar Significados,
Caminhar em julgamentos,
E as coisas as quais signifiquei
Nada são.
Olhos que olham para mar,
Olhos que reconstroem a vida.
De pensamentos em pensamentos,
Vou tecendo o meu penar.
Refazendo dores,
Amores, alegrias.
Redesenhando o mundo.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Caí do Ser

Essa meta de ser melhor, que fui.
De superar o ego,
já é por si só
árduo.
Para ser melhor e superar o erro,
Acabei de arrancar a pilastra que sustentava meu ser.
Ser caído,
nao sei se caí da melhor maneira.
Mas o sagrado amor,
levanta-me.
Entre superar o que fui,
prefiro ser o mesmo de sempre,
com erros novos.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Rio vivo

Cansei de ser a notícia,
o relato,
o dito, o falado.
Aqui sou um retrato,
uma paisagem intacta,viva.
Uma lembrança qualquer,
Uma grata lembrança.
E meus pés nao caminham mais,
apenas querem sambar.
Rio que era seco,
Agora tem vida.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Súbito como as tempestades no verão
Teus verdes olhos me olham,
Certo como o vento que carrega a brisa,
O seu ter, mas faz teu.
Para tanto precisamos ser nosso.
Para que o nós que existe em nós: o amor
Não nos traga nó.
Assim vamos tecer,
Subir a rampa,
Lavar a língua, para que as palavras não nos formem mágoas.
E entre o intervalo e outro,
Dourar nosso amor ao sol,
Porque todo amor é de verão.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

tempos

Ventos
Vulcões,
Desabamentos...
Dor.
Que tempos são estes?
Tempos alegres virão.

domingo, 18 de abril de 2010

Escoltado

Abri todas as portas,
Arredei todas as Janelas da casa
Cantei sereno a convidar a alegria casa dentro!
Hoje quero dormir
Com a felicidade.

domingo, 11 de abril de 2010

Congruente

A língua é o chicote da bunda,
Por amor fazemos quase tudo,
Limpamos o grill madrugada a fora,
Esperamos com ânsia,
Alimentamos a saudade,
Quem vê, pode se espantar!
Quem nunca pensou amar diferente?
Quando o amor volta, chega e abriga.
Ele atravessa o verso, a planta, a via e nós deixa embriagados de amor, amora.
Trás águas sem aferros, sem ordem
Muda o percurso do Rio. Distingue-nos e nos faz companheiro iguais a todas as vitimas do amor..

terça-feira, 6 de abril de 2010

Nós

Cada indivíduo tem um nó,
Cada pessoa tem um s,
Talvez assim, ela possa ser um nós.
Cada sujeito terá direito a uma alma,
Talvez assim, o corpo tenha vida.
Cada alma precisara de uma prisão: o indivíduo.
Cada dito-cujo terá um tempo,
Para que possa abarca a amortização da dor e seus juros altos.
Todos deverão ler, para entender que vida possui o mesmo enredo ininterruptamente.

Quando o rio chorou...

Hoje, o Rio de Janeiro chorou.
Triste se desfez em águas.
Mar e Céu se atarracavam.
A terra, igualmente triste, resvalou.
A cidade então parou!
Assim, aqueles que iam não poderia mais...
Somente as sereias sambaram,
Ao som das águas que cruzaram e levavam terras, casas, pessoas e vidas.
Por hoje, o Rio de janeiro, teve vários rios cor terra.
O Rio chorou tanto,
Que eu chorei também.
Chorei pelos que foi morro a baixo,
Chorei por que também fiquei alagado,
Porque a água que bebemos é para atear o choro.

domingo, 4 de abril de 2010

Letra minúscula.

Corri para o Mar,
Olhei firme para as ondas,
Vi o seu movimento frenético.
Olhei para mim,
Vi o meu movimento frenético.
Olhei novamente para o Mar
Me me vi menor que imaginara ser.
Olhei para areia,
vi o grão,
me senti tão pequeno,
o vento passou por mim,
E eu, passei pela vida, a pensar ser
ser grande.

sábado, 3 de abril de 2010

Olhos abertos,
a esperar que a vida exploda em seu vulcão o novo.
Chega das mesmas neuroses,
Farto dos mesmos caos,
Cansado de lamentar os mesmos ressentimentos,
os amores passados.

Olhos abertos para que a correnteza derrame o púrbere em mim.
Já vesti todas as roupas do passado,
Já comi demais berinjelas grelhadas.
Quero pratos verdes,
Pratos de primaveras.

Céu nublado

Céu
Quantas nuvens estão enganadas?
Seria as nuvens responsáveis em esconder o universo?
Céu,
Deve ser complexo domar as nuvens,
mas compreendo, também nao sei domar os pensamentos.

Queria que minhas nuvens golfassem lágrimas,
para que meus instintos entendessem que a vida
as vezes dói.
Dói do âmago até o quadril,vai até o próximo quarteirão
e às vezes se instala do lado direito do peito. Aperta até quase sufocar.
Mas como toda nuvem passa, volta. Vai, vem. Some, aparece...

quarta-feira, 31 de março de 2010

Me vi...

Já me olhei pela cidade,
Descalço,
Nos sinais pedindo proteção.
Vi minha imagem refletida...
Vi minhas roupas,
Meus pertences...
E me vi tão distante de tudo

Cativeiro

Sou o cativeiro onde escondo as dores,
Sou o lugar onde perco o eu dentro.
Um espaço opaco.

Diz pra ela!

Ai,

E esta sua mão?
Será que ela sabe que meu corpo gosta
quando ela passa em mim?

Silêncio

Agora vou dançar,
Quem sabe assim
minha mente fica
calada!

Reflexo

Coisa estranha, esse peito que se debate em vida

Duplo

Sou uma via de mão dupla...
Mas é proibido passar por cima

o Caminho é ali adiante...

Bem depois da curva sinuosa à direita tem uma ladeira,
Uma pessoa para ser mais preciso

Pequeno e Direto

Sou simplesmente isso que vê:
A palavra.

curto

Me gasto em frases,
e me guardo em partes

O sono

Ainda passo,
Com os passos do regresso.
Ainda viro ao avesso,
O travesseiro.
Ainda trago comigo os pensamentos
Lúcidos de uma pessoa não tão lúcida.
Ainda vejo o teto, o feto e o afeto.
Ainda respiro, inspiro, escrevo e portanto, vivo.
às vezes deleto, seleciono e descrevo meu próprio fim.
Depois, ressuscito, vivo e ainda decido morrer.
Depois de morto, só me resta reviver!
Depois de vivo desejo novamente escrever.
Depois de escrito, morro.
Para ressuscitar, escrevo novamente.
Mesmo sabendo que tudo se apaga, acaba.

Meu veneno próprio.

Não me ponha pensamentos!
Não me desperte sonhos.
Não desista de mim,
Não faça nada, apenas veja-me e cala-se.
Sou o meu próprio cálice.
Meu ser é o meu próprio veneno.
Sei morrer sozinho.
.
Não faça ser indegustável
Não misture os meus temperos
Não finalize o que nasceu no fim.
Quero ser brando, portanto sou árduo.
Não quero ser demasiado, sou suficiente.

Às vezes fico aqui em meu calabouço,
De tempo em tempo vou mais profundo que o furação,
Portanto não perturbe o meu coração.

Não diga palavras de amor,
Não me faça cafuné.
Esteja comigo, mas não relacione.
Não me julgue
Por mais que eu tenha lhe dado valor, digo amor.

Nós

Nós fomos a tantos lugares,
Criamos tantas frases,
Saboreamos sorvetes, pizzas, pasteis e outras coisas que engordam!
Lembro-me dos ternos lábios teus,
Recordo-me quando minha dor era vossa.
Quando vosso era ainda nosso,
Quando o tempo não era fechado,
Quando o amor não era ódio,
Não era febril.
Lembro claramente o tom do seu sorriso em abril.
Sei que suas mãos ainda desejam propalar em meu corpo.
Sabe aquele corpo que você assentava ao avesso?
Aquele que adorava passar o tempo?
Aquele que te cobria o frio?
Aquele que foi teu.
Então, agora é só meu.
Ele ainda lembra-se de ti e ao dormir vive a procura do teu.
Eu, numa atitude de advertência, digo ao meu que o teu não é mais meu.
É vosso.
Que essa dor, não é mais sua...
È da lembrança que a brisa às vezes trás e leva.

Veto o Cotidiano

Lavo novamente a fé.
Tropeço no sonho,
Vivo quase morto outra vez.
Um pássaro qualquer voa em mim.
Nada de súbito acontece a vista.
Todo plano foi vão.
Eu acordo o dia,
Antes que ele acorde nervoso.
Eu sujo as palavras, antes que elas sujem meus lábios,
Passo no compasso, antes que eles passem sobre mim.
Lanço todos os olhares, antes que eles corram soltos por ai...
Não existe algo mais certo que a incerteza.
Meu umbigo não conseguiu solucionar a equação: vida e morte.
Um número sai,
Outro número ocupa o lugar,
Um desce e outro sobe
E eu? No mesmo lugar, quem roda, gira, da volta e a revolve é a terra.

Errata!

Nunca sei a dosagem certa da minha equação.
Às vezes somo demais a resultar: vaidades.
Diante do resultado, diminuo demais a resultar: inseguranças.
E na do ponta lápis, sempre sou um “x “elevado a um. Elevado a mim,
Sou o mesmo.
Diferente do que era antes,
Sempre a adicionar, subtrair, dividir, multiplicar vidas, pessoas, experiências, culturas,
Lembranças, sonhos, presente e passado.
Um consciente apaixonado pela ignota que sou.
Vivo como uma reta que não conhece seu trajeto.
Conheço o desconhecimento de mim.
Sei o muito que falta conhecer,
Sei o quanto o que conhecido é pouco
E não sei a distancia existente entre esse ponto de partida
E a chegada.

Testemunho

O mar está revolto, testemunho.
O vento passa, permaneço .
As nuvens nascem e morrem, eu obsoleto.
O tarde cai, me calo.
O tempo vai, desejo ir.
O tempo vem , eu? Fico.

Fico na areia da vida,
Observando os passos da humanidade,
Os rastros da impunidade como um Jó.

Neste Mar as ondas não me levam
Levaram o máximo, vivo do mínimo,
Carregaram a areia, ficaram-se as pedras, as latas, os plásticos...
Eu aqui estou : à margem.

Um cidadão que combina com não.,
Que planta o trigo e não consume do pão,
Que exerce a função, que tenta não andar na contramão
Que ainda faz parte da nação.

Metropole

Sou uma cidade que sempre se reconstrói...
Vivo no mesmo solo.
Porém, me Edifico em novos edifícios, casas, casebres e palácios...
Hábito a mesma favela,
Alugo as mesmas mansões,
Pago os mesmos impostos.
Permaneço andarilho, a procura do resquício que sou...
Ando na penumbra,
Subo a ladeira.
Percorro a avenida sinuosa e longa...
Neste caminhar comigo com destino para o meu umbigo,
Não há volta!
Coisas ficaram ao longo do almejar:
Deixei a terra de Cora Coralina , mas, trouxe as poesias.
Não sinto cheiro da terra vermelha, porém, elas fazem parte de minha história..
Vim sem a família, todavia, seus princípios estão comigo...
O tempo bom levou tudo que causava peso, angustias e rancor...
A mesma cidade,
Com a mesma quantidade de habitantes...
Porém, dono de uma outra qualidade de vida.
Todos os meus Rios estão sendo despoluídos,
Nele teremos peixes e águas translúcidas.
Sou o melhor lugar para que posso habitar-me...

Segredo

Guardo poesias nas entranhas do meu ser.
No calabouço do meu âmago navegam palavras avulsas.


Grafismo e letras
Correm em minhas veias....

Meu intestino Del-palavras
Meus rins arquivam frases,
Minhas células absorvem as proteínas das letras.
Salivas supriram a pontuação do meu ser!

Músicas destoadas ligam meu ser neste único verso.
No universo
No inverso

As batidas dos tambores movimentam freneticamente meus sentidos
Os batuques movem a minha vida em uma toada grosseira e ríspida!
Eis o porque da minha falta de fôlego...

As cores internas criam formas contemporâneas na megalópole do meu ser,
E as avenidas que cruzam o meu estado é forrado de palavras, palavrões, conversas e vazio!

Meus habitantes misturam-se e vossas culturas foram para a lixeira. Estão cadastrados e esperam uma crônica, poema, poesia, texto ou qualquer frase que lhes tragam vida!

Sem melodia

Uma oxítona, sem acento.
Um vento, sem rumo,
Uma primavera, sem flor.
Sou um corpo, sem pudor...
Sou terra, Infértil.
Sou a gema,
A ema,
O tema,
O teorema.
Sou a lama,
A cama,
A rama.
Sou a ida,
A volta,
O trafego, o beco,
Avenida.
Estou na roda,
Sou a seta,
O prefixo exato,
O não!
Sou o gado,
Os pastos,
A cerca elétrica.
Sou o focinho,
A erva daninha.
Sou a prateleira,
A videira,
A parideira.
Sou o sufixo,
O prefixo,
O passado,
O futuro,
O verbo,
Presente.
Sou o gerúndio
O mundo.

Na cidade

Onde tudo se mistura?
Na cidade!
nela
Vários olhares trafegam...

Olhares que vem e vão,
Olhares que guardam as dores da vida.
Olhares que arquivam...

Na calçada várias pernas vêm e vão pelo passar das horas.
Pessoas sobem, descem e param.
Na cidade os olhares aBsorvem os sentidos das coisas.
Tudo se junta e se separa na cidade.
Nela tudo acontece, esquece, registra e se esvai.

Muitos sons atravessam os ouvidos
Muitos ouvidos cortam os sons.
Nada mais que vida passa nos corredores da cidade.
E as pessoas quase mortas vivem uma civilização.
Civilizados, porém marginalizados eles amortizam impostos,
Estendem o desejo de vida.
Algumas pessoas renunciam a casa,
Outras adquirem,
Alguns vivem sem tetos,
Uns andam velozes,
Outros devagar,
Há alguns com teto solar,
Outros compram filtro.
Uns vivem longe, outros perto de um e distante de outros.
E algo de comum permanece: todos estão juntos, porém separados na mesma cidade

Escrever faz sentido!

Não entendia porque me perdia tanto
Não compreendia porque escrevia tanto...
Não assimilava porque fazia dos meus pensamentos cavalos a cavalgar.

Neste instante sei que escrevo para me encontrar
Sei que me perco para escrever,
Sei que escrevo pra existir
Sei que leio e assimilo para continuar cavalgando....

E hoje estou mais poético que ontem:
Este cavalo, ou melhor, esta poesia me levara longe...

Farto!

Estou Farto de mim!
Abastecido de tudo que sou.
Quero agora ser pílula, parede, palha, pasta, rastro...
Quero outra forma para existir.
Não sou mais pessoa!
Sou letras, palavras e papel em branco.

Abandonei meu corpo,
Meu gene,
Minhas digitais...
Existo na alma das horas,
Nas vagas que os olhos não vêem.

Cansei de ser andarilho, não quero mais percorrer os morros e favelas que tornam-me pessoa. Chega de ser esta terra baldia!
Não serei mais uma civilização sem governo, sem política. Estou farto de ser dono deste latifúndio que sou.

Tudo que me enjoa,
Toda folia que me cerca,
Toda ciranda que se enrola em suas rodas
Todas as músicas que compõem meus ouvidos.... eu não quero mais!

Este que

...

Este meu eu que se enrola nas coisas que sou!
Que se desmancha em cada palavra que passeia na língua.
Este, que se cansa, que se encanta e espanta com a vida, produz fadiga.
Este meu eu que de tanto que, quer o pulmão pulsar, o sangue jorrar!
Este meu eu que nunca foi meu, agora pede financiamento de ilusões.
Este meu que em fevereiro escreve, espera os foliões e suas folias eufóricas,
Com seus cantos destoantes, suas alegrias alcoolizadas, sambas, enredos toscos e estranhos...
Este meu eu que não tem um tamborim que se esquece de mim,
Este que faz melodia, disritmia. Que agora se escreve, descreve e se fere!
Este que não, que sim, que talvez...Que? Que não se lembra que o que pode trazer o ser, e que sendo, talvez possa existir, que existindo possa vir a ser! Que se perde diante de tantos quês que perturbam a alma, a calma, hora e a aurora!
Este meu eu que se tanto perturbar, que tanto se encontra com o, com o por, fazendo o que? Por que? E muito me irrita quando ele se encontra com pra, se fazendo pra que? E muito me enjoa quanto tudo esses quês juntos se torna poesia, fazendo que tudo que veja, sinta e viva seja puramente e originalmente poesia!

Fora de órbita

Mundo onde me sinto vagabundo.
Mundo onde me encontro em desencontros.
Mundo, que abriga tudo mundo.
Mundo dos Raimundos,
Das Aves e das Marias,
Mundo de roseiras sem rosas.
Mundo de Arvores sem frutos,
Com frutos apenas no mar do mundo.

Mundo que me abriga neste mundo
Que me faz Raimundo, vagabundo, trabalhador
Assalariado e marginalizado.

Mundo que me faz Maria com dores, Maria sem lar e dona das obrigações caseiras.
Mundo que me faz passageiro, forasteiro e diarista das senhoritas.
Mundo porque me faz Maria que serve? Porque não ser servida? Mundo, porque não me fez Dona Elizabeth?
Mundo que me põe no carpete.
Mundo que sempre me gruda no chiclete.
Mundo porque me sinto sem mundo?

Grave gramática

Não conjugo o verbo,
Confundo os tempos verbais,
Meu pretérito nunca foi perfeito.

Minha pessoa não tem um bom tratamento com as frases,
por isso não construo mais orações.
Ela transita no singular de forma irregular.
O meu erro é com a língua.

Minhas conjunções não estão nos conjuntos,
Meus pronomes, perderam-se, estão sem nomes.
Meu sujeito é sem jeito e mais que perfeito são os meus equívocos.
O meu tempo verbal é assassino do tempo!

Minhas vitimas são as primeiras, segundas , terceiras e todas as pessoas que diariamente ouvem-me.
Eu gosto muito dos gerúndios, por isso vou repetindo, repetindo, repetindo...
Meu sufixo já me sufocou completamente, penso que por isso, minhas pontuações na vida são sinônimas e ausentes.
Minha redundância se reside no vício de não aprender minha língua tupy, digo, portuguesa.
Meus parágrafos são tortos e a pressa nunca acentua minhas proparoxítonas.
O nós, sempre foi um nó na garganta, uma espécie de quebra-mola má sinalizado, portanto, sou prolixo.
Não me conformo com que falo e ouço, mas entendo o que digo e compreendo o que escuto. Sofro apenas quando escrevo.
E sempre choro depois que leite derrama.

Álbum

Sou um álbum desconhecido
Meu gênero é desconhecido
E o meu coração não está habitado

Havia

...

Em mim passava um Rio,
Que me permeava todo.
Era limpo translúcido e brasileiro.

Havia em mim muita vida e muita natureza.
O verde me cobria, o amarelo me dourava,
Minha raiz tinha a terra para abrigar-me...
Eu tinha caule, folhas e frutos....

Continha em meu íntimo o mar ,
Mas confundir e quis ser marítimo.
Quis explorar e explodir:
Buuuuuuuuuuuum!

Fui para o outro lado do oceano,
Construir, onde havia o Rio em mim, uma gigantesca avenida!
Duas vias,
curvas acentuadas,
Subidas inclinadas,
Descidas avantajadas,
Lombadas pontuadas,
E me fiz estrada.

Todos os meus restos:
Plásticos, sacolas, vidros, óleos, litros ...
E os meus tóxicos joguei no Rio, no mar e na terra!
Para me construir eu queimei o verde, matei o amarelo...
Tudo em mim pega fogo e meu ar um dia foi limpo.
Em mim passava um Rio
Em mim o verde morou
Um dia!
Agora eu não sou pessoa,
Sou cidade....

Dourar

Dourar meus pensamentos,
Coloca-los ao sol para que se esturriquem.

Em seguida vou explodir o tempo...

Queimar toda angustia que nasce no ventre das pessoas...
Assar tudo que ofusque a dignidade.

Em seguida vou fritar a política com queijo parmesão... E come-la!
Acompanhada de um bom molho de honestidade.

Toda a população terá no café : Pão e Poesia.

Leite e leitura.

Aveia e compreensão

Massa magra e cidadania.

Frutas escoltadas por um sistema educacional amplo e vitaminado.

Assim coloca fim a nesta aparência magra do país.

Força Brutal

Ouço o tempo correr.
Não estou aqui,
Não estou ali,

Espalho o liquido meu.
Dissolvo anexos nos pensamentos...
Faço Donwllad de sentimentos.
Minha conexão caí toda hora da vida.

O meu cheiro é de pau terra,
Cor de barro,
Arquitetura moderna,
Por isto, corrói a alma.

Ando sem os pés,
e cada passo que dou:
Desfaço-me....

Vou em muitos lugares vejo que:
ALGO DE HUMANO DEIXA o CORAÇÃO GÉLIDO.


Minha força é ancestral
E a energia que rege-me não vem do cosmo.
Vim de uma tribo aborígine.

Possuo um segundo sol.
Transformo a lua.
E na mata, canto.
O canto eterno da alma.

A Falta da Lua

Quando nasci a lua não estava minguante,
Aliás, ao nascer a lua não estava.
Vim, sem lua mas com uma absoluta precisão para existir

Existo sem a lua,
Vivo na rua.
estou em uma crescente,
ando cheio de gente,
Com correntes e concorrentes.

Sem a lua cheia e cheio das coisas que enche-me:
Presidente, prefeitos, governadores, senadores, zeladores, dores, ardores e elevadores.
Eu vivo quase morto,
Em um céu opaco, sem lua,
Pois meu nascimento não foi fruto da lua.
Eu me rendi a vida, Confesso: é arriscado nascer e viver sem lua, na rua.
Eu me gasto em fases,
Eu me gasto em partes,
E me perco em projetos e leis.
Simplesmente isto: A falta da lua.

Incerto território

O território que habito é distante de mim.
Eu que tantas vezes perambulei o meu estado,
Mal sabia que o combustível era adulterado.
Eu que tantas vezes, banhei em meu mar.
Mal sabia que as ondas trazem coisas e que as deixam em minha areia..

E o pior, que estas coisas deixadas ao relento sou eu!
Ou que compõe minha arquitetura burlesca.

Eu que tantas vezes me fiz homem,
E me despir mulher fui ludibriado em meu próprio terreno.


Não sabia que vento que corre em volta de mim, segue o movimento do meu corpo...

E muito menos compreendia que os corpos se movimentam, pois em nosso âmago damos a Coordenadas!

E que ao invés de pesado, trunco eu sou leve, leve, leve e que em qualquer coisa me levo...
E que pouquíssimas coisas me elevam!

Tudo isso por habitar-me em um estado distante, bem longínquo de mim. ....


Yarú Cândido.

Opto pelo erro

Opto pelo Erro!


Navego mais fundo no mar do meu íntimo, pois assim descubro que preciso matar os pensamentos que tenho sobre mim.
Toda vez que cruzo esse oceano pessoal, vejo as mentiras que guardo ao meu respeito.
Somente assim desvendo as calúnias que vivem na sombra do meu cotidiano.
Muitas vivem alimentadas por mim, outras são alimentadas por outros, porém todas são mentiras e calúnias.

Não sei mais bem que sou de fato. Pensei que fosse mar, depois vi que sou oceano, mas se continuar corajoso e continuar navegado, posso ser um rio curto e longo. Já pensei tantas coisas sobre mim, mas de fato acho que não pensei as coisas certas.

Opto pelo errado, pois nele sei que estou certo. Eu sou o erro, o equivoco. Talvez por não saber a mira certa que devo olhar-me. Quando me olho como cidadão, me vejo um idiota.

Sem uma opinião formada sobre nada, que não consegue ir além. Um rio sem vida, sem densidade, um mar sem maré. Exatamente um córrego poluído de pensamento!

Tantas correntezas me passam a pele, inúmeros pensamentos invadem areia da mente, eu permaneço absoluto preso em tudo que não sou para continuar sendo o que penso que sou.


È, realmente não sei, se o mar se vê como mar, ou se alguém já conseguiu se vê como cidadão. Penso que por isso meus pés caminham em direção ao fluxo e fazem os mesmos caminhos de todos. Mesmo às vezes sabendo que estes não são caminhos. Seria esse meu abismo? Quero ir ao encontro do caminho sem saber a estrada que me leva? Ou sou minha própria estrada?

Perco?

Perco

È absurdo mas,
Perco o tempo,
O vento,
O relógio
As horas

Taí, perco coisas imperdíveis!
Como a vida
A rima da poesia,
A palavra que cerca a tristeza
A colcha no dia de frio,
Os óculos de verão,
O dinheiro e o cartão.

Eu perco até as pessoas no meu coração.

Eu perco os valores,
Eu perco as dores,
Os dólares...

Porque perco?

chega mais...

Vem chega mais...
Chega mais perto de mim
Preciso lhe contar minhas neuroses,
Bem no “pé” do seu ouvido.

Vem, chega mais...
Quero sussurrar toda minha auto-estima baixa!
Preciso que você saiba que não sou de ferro, nem de aço...
Vivo em pedaços que me fazem inteiro.
Quem sabe posso te fazer suar para me entender
E gozar o gozo do conheça-me!

Não tenha medo, sou pessoa comum!
Não só uma má pessoa,
Tão pouco uma pessoa boa...
Sou este que te conta ao pé do ouvido...
Que te despi a pele com a língua vermelha
Que te beija com olhos de verão
Que de suga o calor à flor da pele
Que já esta clinicada para lhe amar.
Ao mar que revolto, circula meu ser..

Olhos para o Mar

Hoje olhei para o mar e vi que em seus braços, havia abraços.
Olhei fundo para lua e vi que era sua a noite!
Percebi que tudo estava em harmonia,
Somente eu não a possuía
Que tudo em minha volta sorria..
O sorriso somente em meus lábios não cabia!

Vi que as nuvens se encontram e neste encontro nasce apenas uma.
Percebi que sou um, porém sou fruto do encontro com outro.

Com o outro que encontro, sou!
Sou o outro que encontro no caminho.
Ou sou o caminho para o outro?
Ou sou desencontro com outro para o encontro comigo?
Em meus braços há abraços?
Ou o abraço esta em outros braços?

Hoje eu olhei para lua e vi que eu realmente não existia!
Vi que sou outro no meio do caminho!

Primeira Pessoa

Primeira Pessoa

Minha textura é constituída com tecidos grossos e felpudos. As paredes internas do meu ser, foram lapidadas com boas colheradas de mau gosto.
Meu açúcar não se originou da cana. Meu sobre nome é Caiana.
Trago em mim múltiplos sim e diversos não.
Meu motivador interno esta no conserto.
Meu fogo vem da lenha.
Esta parte fria que atormento os meus pés? Vem do fogo que abriga os corações.
Minha identidade eu perdi. Junto com ela, foi CPF, cartão de crédito e minha carteira de cigarros. Foi-se também meu titulo!
Titulo, que construi ao longo da descida e da subida da rampa.
Minhas conexões não estão em rede, mouse não funciona e estou off-line!
O antivírus não conseguiu deter o vírus humanidade. Só recuperou o bafo morno que desce na goela fria!
Com dificuldade respiro vaidades e expiro aparência.
A cada passo que dou, os radares detectam a alta velocidade.
A carteira do viver, excedeu a quantidade de pontos!!
Sou infrator. Convicto!
Seta quebrada, retrovisor embaçado. Pneus carecas....
Puxo o freio de mão, em algumas curvas.
O pulso pulsa desgovernadamente...
A linha melódica do meu amor não possui melodia!
E a fisicalidade dos meus movimentos, expressa o inespressivel .
Sou. Sou um objeto na estante. Todos olham e querem redesenhar.
Não como bolacha recheada com café.
Meu pão é integral.
Alimento-me de interrogações.
Aspas?
Como-as, às vezes.
Minha pele é lisa, pois passo bastantes adjetivos.
Tenho palavras escondidas em cada célula do meu corpo. Elas brotam do âmago e explodem no universo interno do meu eu!
Meus poros, formam a cada instante letras!
As salivas são constituídas de virgulas, reticências, pontos finais.
Meus livros são o vento.
A miragem, guia-me.
Os poemas, designam meu destino.
Minha camisa não é gola pólo.
Meu carro não é do ano. É meu!
Eu possuo dezesseis válvulas, ar e vida hidráulica!
Meu seguro cobre a morte. Garante a existência. E não é constitucional!
Minha quadra é dos errantes!
Minha fé não é bíblica!
Minha cor é opaca.
Meu terreno é baldio.
Minhas concepções de mundo foram invadidas pela igreja! Por isso digo boa tarde, boa noite e vá com Deus.
Meu tênis foi compro no cartão. Em três vezes, sem juros! Estou sempre de olho nas promoções. Por isso prometo tanto!!
Escrevo na primeira pessoa, pois a primeira pessoa, sempre vem por ultimo! E é a pessoa que todos querem roubar!

A estrada

Possuo ondulações,
Curvas acentuadas,
Fechadas e perigosas.
Minha mão não é dupla,
Provoco o congestionamento da vida.

Não tenho, velocidade máxima permitida.
Minha sinalização é dúbia.
Meu sentido é único, é incerto.
Abrigo todos que vem e vão.

Levo o vento ,
O tempo,
O olhar vago que vaga devagar na rapidez das almas.
Deixo o amargo passado, o doce presente,
Passo na última marcha o futuro.

Minhas âncoras estão no mesmo lugar de partido,
Por isso me sinto o mesmo, a mesma estrada.
Não adiantou,
Nada bastou,
Foi em vão tudo: o asfalto, as ladeiras, as curvas, os percursos.
A gasolina que abasteceu meu ar foi adulterada. Não consigo sair da reserva!
Sou hoje a estrada com buracos, sem cuidado e perigosa.
Uma pista sem pistas, sem rastros.
A estrada.

Veto

Vou abortar todas a poesias que estão em meu ventre!
Não escrevo mais!
Nem uma palavra poderá cerca meus pensamentos!
Nego vida,
Nego rima,
Nego até ultima gota poética que escorre o rosto!

Isso é um veto:

Estão vetadas todas as formas poéticas .
É Extremamente proibido recitar poesia neste local!
Ela acalma a alma.

Não quero verso,
Não quero estrofe,
Nada que se faça poesia poderá se instalar neste papel!

Aceito o discurso direto, o romance , a prosa, os anúncios de jornais, a crônica, a matéria sem nexo e renuncio a poesia.

Ela por mim, pode ser atropelado, marginalizada, excluída, não lida e abatida.

A meu ver a poesia deve secar no sol até esturricar a pele!
Deve perder sua proteína e se misturar à cocaína!
Deve se passada no molho italiano
Assada ao molho pardo
Ou morrer ao mesmo modo do frango a passarinho!

Meu útero não será mais o ninho
Seu ninho
Em mim ela não morara mais!...
Procure ela outro papel em branco para sua moradia,
Quero gerar outras coisas que me tragam lucro, serei a mãe do capitalismo,
Do mec lanche feliz, das azeitonas pretas, do vinho importado, da lata de leite condensado,
Das lojas de acessórios masculinos e femininos e acessórios desnecessários!
Quero parir o dólar, o euro, o franco e quem sabe o real!
Pois para gerar o real é necessário muita poesia!

Escrevo, portanto insisto!

A palavra veio novamente como mensageira de algo. Assim permito que ela diga, dance ou quem sabe rodiapia em mim. Testemunho esse fluxo de palavras que trafegam nesta avenida:branca papel. E, por estranho que pareça, eu gosto disso. Gosto destas palavras que vão buscando sentidos e significados.Formando palavrões sujos, encardidos e vesgos. Assim, com palavras sem signficados vou escrevendo sem qualquer significação. Talvez escrever nao tenha significado algum, por isso existimos. E por incrível que parece não escrevo para justificar a minha não significação, escrevo apenas por escrever, parece que escrevendo significo um numero elevado a zero. Sou igual a mim. Tem algo mais estranho que isso?

Nova via

Abri um túnel em mim.
Para que minhas emoções trafeguem,
E ultrapassem o viver desses instantes inúteis.
Esse vão vai fazer que, saia desse zona que o eu habita.


Os anseios febris deste cidadão que pouco sabe caminhar.
Terá agora um via de mão dupla.
Velocidade sem controle,
Sinal verde,
E nada de muito verdadeiro poderá ficar parado.

Darei as minhas emoções o direito de ir e vim...
Ficarei parado no mesmo lugar.

amor reticente

“ Agora meu amor tem reticências
não tem mais travessões
Vírgulas
ou aspas
ele é reticente!”