quarta-feira, 31 de março de 2010

Este que

...

Este meu eu que se enrola nas coisas que sou!
Que se desmancha em cada palavra que passeia na língua.
Este, que se cansa, que se encanta e espanta com a vida, produz fadiga.
Este meu eu que de tanto que, quer o pulmão pulsar, o sangue jorrar!
Este meu eu que nunca foi meu, agora pede financiamento de ilusões.
Este meu que em fevereiro escreve, espera os foliões e suas folias eufóricas,
Com seus cantos destoantes, suas alegrias alcoolizadas, sambas, enredos toscos e estranhos...
Este meu eu que não tem um tamborim que se esquece de mim,
Este que faz melodia, disritmia. Que agora se escreve, descreve e se fere!
Este que não, que sim, que talvez...Que? Que não se lembra que o que pode trazer o ser, e que sendo, talvez possa existir, que existindo possa vir a ser! Que se perde diante de tantos quês que perturbam a alma, a calma, hora e a aurora!
Este meu eu que se tanto perturbar, que tanto se encontra com o, com o por, fazendo o que? Por que? E muito me irrita quando ele se encontra com pra, se fazendo pra que? E muito me enjoa quanto tudo esses quês juntos se torna poesia, fazendo que tudo que veja, sinta e viva seja puramente e originalmente poesia!

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