...
Em mim passava um Rio,
Que me permeava todo.
Era limpo translúcido e brasileiro.
Havia em mim muita vida e muita natureza.
O verde me cobria, o amarelo me dourava,
Minha raiz tinha a terra para abrigar-me...
Eu tinha caule, folhas e frutos....
Continha em meu íntimo o mar ,
Mas confundir e quis ser marítimo.
Quis explorar e explodir:
Buuuuuuuuuuuum!
Fui para o outro lado do oceano,
Construir, onde havia o Rio em mim, uma gigantesca avenida!
Duas vias,
curvas acentuadas,
Subidas inclinadas,
Descidas avantajadas,
Lombadas pontuadas,
E me fiz estrada.
Todos os meus restos:
Plásticos, sacolas, vidros, óleos, litros ...
E os meus tóxicos joguei no Rio, no mar e na terra!
Para me construir eu queimei o verde, matei o amarelo...
Tudo em mim pega fogo e meu ar um dia foi limpo.
Em mim passava um Rio
Em mim o verde morou
Um dia!
Agora eu não sou pessoa,
Sou cidade....
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