quarta-feira, 31 de março de 2010

Veto

Vou abortar todas a poesias que estão em meu ventre!
Não escrevo mais!
Nem uma palavra poderá cerca meus pensamentos!
Nego vida,
Nego rima,
Nego até ultima gota poética que escorre o rosto!

Isso é um veto:

Estão vetadas todas as formas poéticas .
É Extremamente proibido recitar poesia neste local!
Ela acalma a alma.

Não quero verso,
Não quero estrofe,
Nada que se faça poesia poderá se instalar neste papel!

Aceito o discurso direto, o romance , a prosa, os anúncios de jornais, a crônica, a matéria sem nexo e renuncio a poesia.

Ela por mim, pode ser atropelado, marginalizada, excluída, não lida e abatida.

A meu ver a poesia deve secar no sol até esturricar a pele!
Deve perder sua proteína e se misturar à cocaína!
Deve se passada no molho italiano
Assada ao molho pardo
Ou morrer ao mesmo modo do frango a passarinho!

Meu útero não será mais o ninho
Seu ninho
Em mim ela não morara mais!...
Procure ela outro papel em branco para sua moradia,
Quero gerar outras coisas que me tragam lucro, serei a mãe do capitalismo,
Do mec lanche feliz, das azeitonas pretas, do vinho importado, da lata de leite condensado,
Das lojas de acessórios masculinos e femininos e acessórios desnecessários!
Quero parir o dólar, o euro, o franco e quem sabe o real!
Pois para gerar o real é necessário muita poesia!

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